quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Formação Continuada de Professores

  • A Formação do professor não se encera no momento de sua formatura. Ela é um processo contínuo que ocorre no exercício profissional e através de sua participação em congressos, cursos de capacitação, pesquisas e no convívio com outros profissionais dentro e fora do ambiente da escola.
    A formação continuada do educador matemático deve contemplar três aspectos, fundamental para o pleno desenvolvimento profissional, que são:
     A reflexão critica sobre sua prática pedagógica;
     A atualização docente em relação a conteúdos e metodologias;
     A organização da pratica através do coletivo.
    É formação continuada que encontramos espaços para as manifestações de atividades docentes, seja na elaboração de novos saberes, seja em promover espaços de reflexões e critica do professor sobre si mesmo, suas práticas e seu papel na sociedade. O educador matemático deve conceber a matemática como um meio, e educar através da matemática, formar um cidadão, questionar qual a matemática e qual ensino serão adequados e relevantes para essa formação. Cabe ao educador matemático vivenciar parte da realidade como docente, relacionar a teoria estudada com a prática docente e articular o momento do saber com o momento do fazer, ou seja, aprender a ser professor.
    Ponte (1998) nos traz a idéia de desenvolvimento profissional, ou seja, a noção de que a formação do professor para o exercício da sua atividade profissional é um processo que envolve múltiplas etapas e que, em última análise, esta sempre incompleta. Ele destaca outro importante aspecto, qual seja o de que a formação esta muito associada à idéia de freqüentar cursos, enquanto o desenvolvimento profissional ocorre por meio de múltiplas formas, que incluem cursos, mas também atividades como projetos, troca de experiências, leituras, reflexões, entre outras atividades.
    Na formação o movimento é essencialmente de fora para dentro, cabendo ao professor assimilar os conhecimentos e a informação que lhe são transmitidos, enquanto que no desenvolvimento profissional temos um movimento de dentro para fora, cabendo ao professor as decisões fundamentais relativamente às questões que quer considerar, aos projetos que quer empreender e ao modo como os quer executar (Ponte, 1998).
    Assim, formação e desenvolvimento profissional, são vistos de pontos de vista distintos. Embora a formação seja considerada, que nela o professor é tratado como um objeto de estudos e reforma, ou seja, passível de ser formado, relacionado a um movimento, já na perspectiva do desenvolvimento profissional, esse mesmo professor torna-se um sujeito ativo e responsável pelo seu crescimento e formação.
    A valorização das experiências práticas, na formação de professores tem sido a abordagem mais aceita, para se aprender o oficio do ensino, e no âmbito da formação do professor, esta orientação esta fundamentada na organização e desenvolvimento das práticas de ensino.
    É sabido que a prática pedagógica do professor constituída em dar aula, transmitir informações, passar e corrigir exercícios e provas para alunos, já não atende às necessidades da sociedade atual. No entanto, muitas são as pesquisas que afirmam que essa forma de conceber o ensino, por meio da qual a maioria de nós foi escolarizada, encontra-se arraigada na prática escolar. Todavia, processos de mudanças não são simples, implicam em repensar o ensino e a aprendizagem considerando as características da sociedade tecnológica em que vivemos marcadas pela rapidez na produção, circulação e abrangência de informações e da comunicação que se viabilizam em diferentes meios de linguagens.
    Diante deste contexto, na abordagem tradicional, a formação de professores consiste no processo de aprendizagem do oficio do ensino, evidenciando a separação clara da teoria e da prática do ensino o que favorece um tipo de aprendizagem passiva por parte do estudante, defendendo a crença de que o seu saber-fazer é suficiente para seu saber ensinar. Já a abordagem reflexiva sobre a prática, nos remete a um processo mental que acontece quando se olha para determinadas ações do passado, em busca de suporte a fim de solucionar as incertezas. O pensamento analítico só tem lugar quando há um problema real para resolver, ou seja, a capacidade para refletir emerge quando reconhecemos esse problema e aceitamos a incerteza, estando aberto a novas hipóteses e assim descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando soluções.
    Considerando que o processo de formação é continuo, diante disto a formação continuada deve levar em consideração a necessidade de possibilitar a articulação entre a atuação do professor na sala de aula e o espaço para reflexão em grupo, e que a discussão possa levar os docentes ao aperfeiçoamento constante das práticas educativas, redundando sempre na produção do saber e competências requeridas. Sendo assim, um dos caminhos para se valorizar a formação continuada é concebê-la como meio de relacionar esses fundamentos e conhecimentos aos impasses vividos também em sala de aula.

Bersani. Sérgio Andrilho.

Professor Formador Cefapro Tangará da Serra - MT.



Nenhum comentário:

Postar um comentário