sexta-feira, 20 de julho de 2012

CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) - VERDADE OU MITO!

CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)- VERDADE OU MITO!
                                                                                                                           Sérgio Andrilho Bersani.

RESUMO: O Estado de Mato Grosso muito tem avançado no que se refere às políticas públicas de educação. A autonomia das escolas públicas está colocada em pauta, vários são os mecanismos legais que normatizam essa realidade, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) que foi promulgada em 20 de dezembro de 1996 possibilitando essas mudanças. Diante deste contexto, motivado pelo lançamento do Projeto Político Pedagógico das escolas estaduais de Mato Grosso através do Sistema Integrado de Gestão – SIGEDUCA, o presente estudo busca investigar como se deu a participação dos professores na elaboração do Projeto Político Pedagógico.

PALAVRAS-CHAVE: Projeto Político Pedagógico; Gestão Democrática; Profissionais da Educação Básica; LDB.

Introdução
O Estado de Mato Grosso muito tem avançado nas políticas públicas de educação, diante deste contexto no ano de 2011 a Secretária de Estado de Educação - Seduc implantou o Sistema de Integração PPP/PDE. Concepção de Projeto Político Pedagógico (PPP).
Frente a esta ferramenta as unidades de ensino deveriam (re) elaborar seu PPP e diante dos textos posta-los no Sistema Integrado de Gestão Educacional - SIGEDUCA. Por ser um planejamento participativo a metodologia de elaboração requer envolvimento coletivo e uma boa equipe de sistematização que tem papel fundamental nesse processo.
A construção de todas as partes do PPP envolve precisamente três dinâmicas: a individual que se dá por meio de respostas aos questionários que a equipe sistematizadora providenciará, coletiva, que acontece no momento da sistematização das respostas nos grupos de sistematização e a plenária, para aprovação do texto. O documento resultante do processo de construção dessas etapas que deverá ser lançado no sistema SIGEDUCA pelas unidades escolares.


A escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico com base em seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores tomem essa iniciativa, mas que lhe dêem as condições necessárias para levá-la adiante. Para tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de ensino. (VEIGA, 1995, p.11-12)


Este artigo vem ao encontro dos trabalhos desenvolvidos pelos professores formadores que atuam nos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica – CEFAPROs, especificamente no CEFAPRO do Polo de Tangará da Serra – MT ao qual atuo na função de professor formador na Área das Ciências da Natureza e Matemática.
No decorrer de 2011, diante das dificuldades encontradas pelas instituições de ensino na elaboração do PPP e nos lançamentos do mesmo no sistema SIGEDUCA. Por ser um novo instrumento de acompanhamento, a equipe da Secretaria De Estado De Educação/SEDUC – MT responsável pelo sistema solicitou intervenção dos formadores dos CEFAPROs, para que se fizesse o acompanhamento das unidades escolares na elaboração e no lançamento do PPP no sistema SIGEDUCA. É importante e necessário que as instituições de ensino construam seu Projeto Político Pedagógico buscando a democratização de sua gestão.   

Para que a construção do projeto político-pedagógico seja possível não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente. (VEIGA, 1995. p.15)


Como o PPP exige da equipe gestora, dos professores e da comunidade escolar a definição de qual tipo de escola se deseja. Sendo assim o presente trabalho tem por objetivo verificar se realmente os Profissionais da Educação Básica participaram efetivamente da elaboração do PPP da escola no ano de 2011, quais as condições dadas a estes profissionais para realizarem este trabalho. Motivado por esta nova perspectiva a investigação se deu em uma escola estadual do município de Tangará da Serra – MT, visto que esta unidade de ensino esta entre as maiores do município em termos espaço físico, quantitativo de alunos e professores.

Desenvolvimento
A escola centrada no desenvolvimento do aluno, deve sempre buscar propostas em que o processo educativo seja prazeroso, onde os profissionais da educação e principalmente os alunos sintam-se motivados ao freqüentarem o ambiente escolar. Buscando resgatar a sua função social, neste sentido muitos são os avanços vividos pela escola desde a década de noventa, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96). 
A LDB 9394/96 inova com a idéia de fortalecimento da autonomia dos estabelecimentos de ensino mediante a instituição de processos de gestão democrática e participativa da educação, com foco na promoção da aprendizagem. Para a sistematização, organização e orientação desse trabalho pela escola, foram propostas o delineamento do Projeto Político Pedagógico, apontado no Capítulo IV da Lei, que trata da Organização da Educação Nacional e que dispõe nos Artigos 12º, 13º e 14º, respectivamente. Vamos ver o que dizem estes artigos:
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009).
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001).
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
 I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

No Art. 12 Inciso I, no Art. 13 inciso I e no Art.14 inciso I da LDB todos apontam de maneira enfática, a importância da gestão democrática para a educação, enfatizando a importância dos estabelecimentos de ensino na elaboração e execução de sua proposta pedagógica tornando os profissionais da educação seus parceiros nesta empreitada. Desta forma os gestores da escola podem cobra coerência dos profissionais da educação, assim como os gestores poderão também ser cobrados pelos educadores e pela sociedade.


O Projeto Educativo não é algo que se coloca como um ‘a mais’ para a escola, como um rol de preocupações que remete para fora dela, para questões ‘estratosféricas’. Pelo contrario, é uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da escola. (VASCONCELLOS, 2009, p.172).   

Em Mato Grosso, a Lei estadual 7.040/98, que institui no Estado a gestão democrática no ensino público estabelece, no seu artigo 52, que a autonomia da Gestão das Unidades Escolares será assegurada pela definição do Projeto Político-Pedagógico. A Resolução 630/08/CEE/MT estabeleceu o Projeto Político Pedagógico da escola como foco central para os pedidos de autorização e credenciamento dos estabelecimentos de ensino.
Essas determinações se consubstanciaram na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, realizada de forma participativa, mediante o envolvimento de toda a comunidade escolar. Desse modo, o Plano produzido virá a constituir-se em um instrumento de gestão democrática, focado na mobilização organizada e planejada da comunidade escolar. Cabe, portanto, à unidade escolar a formulação, execução, revisão e avaliação de sua proposta pedagógica, definindo assim, a sua identidade institucional.
O projeto político pedagógico busca um rumo, uma direção à instituição, que em muitas vezes acaba por preocupar-se que a escola funcione e que seu corpo docente de conta de cumprir os programas desenvolvidos pela instituição. Para VEIGA, (1995. p.13) “Neste sentido é que se deve considerar o projeto político-pedagógico como um processo permanente de reflexão e disculssão dos problemas da escola...”. É preciso refletir pois o PPP deve ser entendido como um mecanismo de transformação das práticas diarias da escola, e não mais um compromisso formal e burocrático no ambito da instituição, de acordo com VASCONCELLOS, “Quando vemos escolas fazendo projeto 'porque o MEC está a exigir', é claro que não podemos esperar muito diante deste risco de manipulação”. (2009, p.173).
A escola deve pensar um projeto pedagógico participativo, garantido a gestão democratica, pois só assim é que todos irão se envolver no processo educacional da instituição, seja na construção, execusão e implementação dos projetos educativos, no entanto o que vemos no cotidoano das instituições não reflete ao ideal de participação no que se refere a participação coletiva, é muito importante que a escola reconheça seus profissionais e abandone as práticas autoritárias.

Conclusão
De posse dos questionários, o passo seguinte foi buscar na escola a colaboração do corpo docente, ao qual notei que alguns preferiam não responderem aos questionamentos, alguns alegando a falta de tempo, outros se mostraram mais receptivos e concordaram em estarem respondendo as perguntas elaboradas, os professores não foram identificados pelo nome a fim de preservar sua identidade e para que eles se sintam mais à vontade, desta forma foram estabelecido P1 para o primeiro, P2 para o segundo e assim sucessivamente, conforme tabela 1 em anexo.
Os profissionais da educação responderam a indagações sobre qual a sua função na unidade de ensino, habilitação e tempo de trabalho na unidade, já com o foco no PPP os questionamentos foram elaborados no formato semiabertos, e diante da realidade que aproximadamente de trinta por centro (30%) dos professores são contratados, os questionamentos foram elaborados dando ênfase no trabalho do professor durante o ano letivo de 2011 e na unidade de ensino a qual exerceu a função docente, haja vista que no referido ano todas as unidades estaduais de ensino foram incumbidas de postarem seu PPP no sistema SIGEDUCA.
Foram constituídas como fio condutor desta pesquisa as seguintes indagações:
•    Qual o cargo/função que exerce nesta unidade de ensino? Qual a sua formação/habilitação? Há quanto tempo trabalha na educação? Sempre Trabalhou nesta mesma escola?
•    Você participou da/na construção do Projeto Político Pedagógico na unidade de ensino em que trabalho no ano de 2011?
•    A escola promoveu a participação de todos os segmentos (professores, alunos, funcionários e pais) no processo de construção do PPP?
•    Em qual momento (espaço/tempo) a escola proporcionou aos profissionais da educação para estudos e sistematização dos questionamentos referente ao PPP? Em sua opinião como deveria ser a organização deste trabalho? 
•    Como você avalia a sua participação na construção do PPP da escola em que trabalhou no ano de 2011?
•    Você acha que é relevante à participação dos profissionais da educação na construção do PPP das unidades de ensino? A seu ver o que poderia ser feito para ampliar esta participação?
Diante dos resultados e da analise feita foi constado que a média de anos de trabalho no desempenho da função docente entre os profissionais pesquisados é de pouco mais de 13 anos, levando em conta que aproximadamente trinta por cento (30%) dos professores são contratos temporários com duração de oito (08) a onze (11) meses, entre estes professores apenas dez por cento (10%) não participaram da (re) elaboração do PPP na unidade de ensino em que trabalhou no ano de 2011, um número razoável tendo em vista os avanços conquistados nas últimas décadas.
Que valor pode ter um projeto, se na sua construção / (re) elaboração se não teve a participação em totalidade dos profissionais da educação, acreditamos que o fato ocorrido possa ter sido ocasionado devido estes profissionais trabalharem em duas ou mais escolas, já que dentre os pesquisados pouco mais de trinta e seis por cento (36%) dos profissionais trabalham em apenas uma escola, mesmo entre os professores efetivos a maioria tem a necessidade de lotarem em mais de uma instituição devido ao número de aulas.
Quanto à participação dos outros segmentos se deram através de questionários pré-elaborados pela Secretaria Estadual de Educação/SEDUC – MT/Escolas, distribuídos à comunidade o que vieram a subsidiar a (re) elaboração do PPP, os resultados destas pesquisas foram analisados pelas equipes responsáveis e seus resultados encaminhados para assembléia geral entre os pares na escola.
As reuniões se deram em momentos de estudos dentro do espaço Projeto Sala de Educador, momento de estudos semanais onde os profissionais da educação que trabalham na escola têm para sua atualização/formação continuada. Este projeto que tem oitenta horas (80 h.) anuais, e foi criado pela SEDUC – MT em 2005 a fim de proporcionar aos profissionais da educação um momento na escola onde possam desenvolver atividades voltadas à sua formação profissional com ênfase na sua prática pedagógica.
O Projeto Sala de Educador é de responsabilidade da unidade de ensino, ela tem autonomia para elaborar e executar a formação continuada dos seus profissionais, estipulando com eles o quantitativo de horas semanais ou mensais de estudos, para o professor da escola pertencente ao quadro de efetivos, as horas de estudos no projeto são descontadas das horas atividades, portanto o profissional que participa de quatro (04 h.) semanais na formação continuada cumprirá apenas seis (06 h.) restantes em sua jornada de trabalho das dez (10 h.) semanais. Vale ressaltar que no Estado de Mato Grosso os professores têm jornada de trabalho igual há trinta horas (30 h.) semanais das quais trinta e três por cento (33%) são destinadas às horas atividades.
Quando perguntados de como avaliaram a participação no PPP dos profissionais da escola pesquisada trinta e três por cento (33%) deram como “ótima” a participação, elencaram o quanto foi importante este momento para os profissionais da educação, pois muitos desconheciam a importância deste documento que deve ser o norteador do fazer pedagógico da escola, e o quanto se faz necessário a participação de todos na construção deste documento, pois as discussões os debates e diálogos contribuíram muito até mesmo para o entendimento de como é a administração de uma instituição de ensino.   
Quanto à relevância da participação dos profissionais da educação na construção do PPP, P22 destaca que: “Quando o coletivo aponta os pontos frágeis e sugerem soluções, os resultados são mais valorizados, pois todos se sentem envolvidos e interessados na busca de melhores resultados”. Dentro desta fala de um dos profissionais de educação, que esta dentro do percentual de trinta e três por cento (33%) dos que deram como ótima a sua participação demonstra o amadurecimento destes profissionais, condição imprescindível para o avanço na gestão democrática da escola.
Outro grupo, pouco mais de quarenta e três por cento (43%) dos participantes da pesquisa, concluíram como “boa” a participação no processo de (re) elaboração do PPP, sedo assim destacam como foi importante este momento, pois em outros anos apenas era vivenciado durante a semana pedagógica, para P 21:

“Minha participação poderia ter sido melhor. Senti que no momento da construção do PPP vislumbrei e projetei atividades importantes para a área de linguagem, no entanto com o decorrer do ano a realidade do público (alunos) era um pouco diferente. Por isso, faltou o papel da comunidade neste processo” (Professora licenciada em letras atuando há 10 anos na educação básica).

De acordo com o relato acima percebemos a fragmentação do documento, pois faltou para estes profissionais se apoderarem do diagnóstico, participar da sistematização da pesquisa realizada junto à comunidade escolar, quando P 21 destaca que a “realidade do público era um pouco diferente” nos revela esta fragmentação, mostrando que nem todos os profissionais conhecem a comunidade escolar, outro aspecto relevante que foi destacado refere-se ao pouco tempo para leitura e sistematização os trabalhos, pois faltou embasamento teórico.
Quanto à relevância da participação dos profissionais da educação, destaco o relato de P 15 que pondera:

“Eu acho extremamente relevante que todos os membros da escola participem da construção do PPP. E para ampliar mais o número de pessoas envolvidas deve-se fazer mais divulgação e explicar a relevância do mesmo para a escola, pois muitos ainda não sabem o que é para o que serve e qual a sua importância para a instituição, principalmente os pais”.  (Professora licenciada em letras atuando há 15 anos na educação básica na função de secretária).

Percebemos neste relato um dos pontos a serem superados pelas instituições de ensino, quando da participação da comunidade externa à escola, qual a melhor maneira de buscar a participação dos pais, como mostrar a eles a importância que este documento representa neste momento e qual a função deste projeto pedagógica.
Segundo Moacir Gadotti:
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores [...] “(GADOTTI, 1994, p. 579).

Dentre os profissionais da educação pesquisados notou-se que o amadurecimento quanto à importância da participação de toda a comunidade escolar na construção do PPP, é um fator que já foi superado, no entanto ainda é preciso estabelecer mementos onde os profissionais e até mesmo à comunidade possa se apoderar das bases teóricas que sustentam o PPP. Neste Processo acreditamos que o envolvimento da comunidade ocorrerá de maneira lenta, em longo prazo à medida que a escola procurar envolver essas pessoas no seu dia-a-dia, já quanto aos professores e funcionários a instituição deverá promover momentos onde eles possam se preparar buscando novos referenciais teóricos, e o conhecimento necessário para articular o PPP com o seu planejamento, seja ele diário, bimestral, semestral ou anual.
A avaliação da participação no PPP para aproximadamente quatorze por cento (14%) dos entrevistados, ocorreu de maneira regular, talvez por estar caracterizado em seus depoimentos que não pertencem ao quadro de efetivos da escola, sendo assim no momento das discussões não foram atuantes, muitos pelo fato de também desempenharem a função docente em outras instituições de ensino, talvez a metodologia utilizada para a (re) elaboração do PPP não contemplou a todos no período em que foram realizados os trabalhos.
Sem dúvida, a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto é imprescindível, reafirmando os princípios da gestão democrática, o diretor não pode em momento algum permitir que seus pares se omitam, a gestão democrática requer que todos os segmentos participem do processo, aproveitando melhor as potencialidades dos profissionais que atuam na unidade escolar, seja nos trabalhos em grupo ou individuais.  Portanto, cabe ao diretor da escola assumir a liderança do grupo a fim de mobilizar toda a equipe no processo de construção.
O que é um preocupante neste contexto, é que dez por cento (10%) dos profissionais pesquisados não participaram em nenhum dos momentos da (re) elaboração do PPP. O sucesso da escola depende do saber fazer pedagógico de seus educadores, no entanto como e quando um educador ira se apoderar da proposta pedagógica da instituição onde atua como professor, uma instituição de ensino não poderá cumprir sua função social se em seu projeto político pedagógico não estiver pautado as idéias de todos os seus integrantes do diretor, secretário, coordenadores, professores funcionários e pais, em fim toda a comunidade escolar.
Durante o período em que aconteciam as reuniões para a sistematização dos textos elaborados pelas equipes nas escolas, apesar da participação dos profissionais nas reuniões, foi constatado um grande número de pessoas que não participaram efetivamente, estavam ali apenas para cumprir o horário, suas contribuições não nunca apareciam para compor e somar com seus pares. A pesar dos avanços com lei de gestão democrática ainda estamos longe de atingir o ideal de participação nas escolas estaduais de Mato Grosso. Um grande passo foi dado, mas precisamos ir muito alem do que temos no presente.
  No depoimento de um professor, ele deixa bem claro o despreparo de alguns colegas, sem contar que a grande maioria classifica o PPP como mais um documento que será guardado na gaveta, estes não vêm o PPP como o orientador do fazer pedagógico, um instrumento norteador das ações educativas d escola. P 06 relata, ”os profissionais sabem que todos os segmentos da escola devem participar na construção do PPP, no entanto, quando chega à hora de assumirem seus lugares e dar sua contribuição, preferem ficar em um canto apático sem qualquer tipo de manifestação”. Na escola, existe uma luta sendo travada, por aqueles que acreditam que mudança, e aqueles que preferem deixar com esta, pois não querem deixar a zona de conforto que está há anos, o novo pode trazer o desconforto, a mudança de atitude exige do profissional maior empenho em suas ações o dia-a-dia.
   Para que o PPP seja eficaz é necessário que o mesmo passe por avaliações, as metas estabelecidas precisam ser revistas pela comunidade escolar, sendo a escola poderá saber o que esta dando certo, ou o que deverá rever para o próximo ano. As avaliações devem ser constantes, a escola não deve jamais engavetar o projeto político pedagógico, os profissionais da educação que atuam na escola e a comunidade devem sempre ser consultados, e assim opinarem qual deverá ser a modificação a ser feita.
Sendo assim, para que a construção do projeto político pedagógico aconteça de forma democrática, é preciso que a escola abra espaços, criando assim ambientes favoráveis para que toda a comunidade escolar participe. Este é um grande desafio, e cabe aos gestores proporcionarem ações que resultem na participação do coletivo da escola e da comunidade, só assim teremos um projeto político pedagógico forte sendo concebido para uma escola pública de qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GADOTTI, Moacir. Pressupostos do Projeto Pedagógico. Anais da Conferência Nacional de Educação para Todos. Brasília: MEC, 1994.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto De Ensino-Aprendizagem E Projeto-Político-Pedagógico – elementos metodológicos para a elaboração e realização, 19ª ed. São Paulo: Libertad Editora, (2009, p.172).
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto De Ensino-Aprendizagem E Projeto-Político-Pedagógico – elementos metodológicos para a elaboração e realização, 19ª ed. São Paulo: Libertad Editora, (2009, p.173).
VEIGA, I. P. Projeto Político - Pedagógico Da Escola: Uma construção possivel. Campinas - SP: Papirus. (1995, p.11-12).
VEIGA, I. P. Projeto Político - Pedagógico Da Escola:Uma construção possivel. Campinas - SP: Papirus. (1995, p.15).
VEIGA, I. P. Projeto Político - Pedagógico Da Escola:Uma construção possivel. Campinas - SP: Papirus. (1995, p.13).
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL, Subchefia Para Assuntos Jurídicos. BRASIL, Lei número 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 de março. 2012.




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Avaliação na Escola Organizada Por Ciclos de Formação Humana




Governo do Estado de Mato Grosso
Secretaria de Estado de Educação
Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da 
Educação Básica - CEFAPRO de Tangara da Serra
R: JOSÉ CORSINO Nº. 273 -W CENTRO – TEL: (65) 3326-9318
Email: tga.cefapro@seduc.mt.gov.br



SEMANA PEDAGÓGICA
DISCUSSÃO DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
AVALIAÇÃO



TANGARÁ DA SERRA – MT Janeiro 2010
Sérgio Andrilho Bersani. sabtga@gmail.com


A Aprendizagem Escolar
Entendendo os mecanismos de aprendizagem, como o homem assimila, constrói, cria e aplica os conhecimentos. Em que consiste a aprendizagem.
A aprendizagem em sentido geral é o processo através do qual o homem se apropria do conteúdo da experiência humana, de tudo aquilo que seu grupo social conhece. Para que a aprendizagem aconteça é necessário que o individuo interaja com outros seres humanos, especialmente os mais experientes. Os conhecimentos novos deverão ser interiorizados, apropriados e re-elaborados ativamente pelos indivíduos, que os utilizarão em sua vida e poderão ressignificá-los conforme sua necessidade e criatividade.
A aprendizagem escolar deve ser um processo de assimilação, apropriação e construção significativa, criativa e crítica de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, que deverão ser organizados e orientados pelo professor no processo de ensino. O professor é fundamental nesse processo, pois cabe a ele planejar e organizar as interações entre professor-alunos-conteúdos e suas aplicações práticas e significativas.
O individuo deverá assimilar o objeto do conhecimento a uma estrutura cognitiva, conferindo-lhe significado, nesse sentido pode afirmar, que o individuo que aprende tem um papel ativo no processo de assimilação dos conteúdos e experiências vivenciadas, internalizando as diferentes formas de linguagens e experiências, fixando na memória e sistematizando os elementos simbólicos e vivenciados, construindo e desenvolvendo suas estruturas de conhecimento simbólicas, sensoriais e motores.
A aprendizagem desenvolve-se de diversas formas, métodos e técnicas, apresentando distintas qualidades, ou características predominantes ao longo do processo. Podemos destacar algumas dentre elas a receptiva, reprodutiva, produtiva e criadora, essas formas ou características, ou qualidades do processo de aprendizagem devem ser compreendidas como momentos de um processo que envolve várias dimensões. A ação de aprender é determinada pela estrutura lógica do objeto ou conteúdo de estudo, a aprendizagem não é de caráter único, mas um acontecimento processual que tem caráter ativo do sujeito.
• Aprendizagem receptiva se da quando o aluno ouve ou lê, acompanha e assimila o conteúdo e a estrutura lógica de uma exposição didática de conhecimentos científicos ou filosóficos, seja ela escrita ou apresentada oralmente pelo professor ou outra pessoa. Neste tipo de aprendizagem a importância do professor e do material didático disponível é significativa, pois, problematizando, contextualizando, relacionando, comparando, dialogando com os alunos, o professor e o material didático elaborado possibilitarão que a aprendizagem seja receptiva.

• Aprendizagem reprodutiva quando o aluno reproduz um conceito assimilado, ou uma ação, fazendo exercícios de detalhamento, de apreensão, de compreensão e de memorização dos conteúdos estudados. Apesar de reprodutiva não implica necessariamente ser passiva e mecânica, mas que pode e deve ser ativa e reflexiva, e ai, novamente, a atuação, a criatividade, o planejamento o compromisso do professor com o desenvolvimento intelectual e emocional de seus alunos, o tipo de atividades serão determinantes no tipo de aprendizagem. O professor deve problematizar as atividades de forma contextualizada e desafiador.

• Aprendizagem produtiva ao adquirir um conhecimento novo, ao deduzir uma conclusão e apresentá-la ao restante dos colegas, ao aplicar os conhecimentos elaborando um painel, um relatório, um texto, uma interpretação, participando de uma discussão, apresentando e debatendo num seminário.

• Aprendizagem criadora quando o aluno apresenta um problema novo, descobre fatos ou relações novas, cria um texto coerente com conclusões que ainda não tinham sido apresentadas ou discutidas pelo professor ou pelo material didático, quando cria e apresenta para o grupo uma expressão artística compreensão de sua autoria, ou quando cria e apresenta um exemplo interessante, significativo e inédito.

Essas formas ou características, ou qualidades, do processo de aprendizagem, devem ser compreendidas como momentos de um processo complexo que envolve várias dimensões, fases, interações e elementos. Em sentido geral é possível dizer que essas qualidades da aprendizagem são momentos do movimento dialético do processo de interações entre o nível de desenvolvimento real e o potencial do aluno. Portanto, aprender significa dominar os conhecimentos sobre determinados assuntos e saber utilizar esses conhecimentos para os mais diversos objetivos e nas mais variadas situações.

Avaliação na Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana em Mato Grosso
A educação é um processo em movimento através do qual o Ser Humano se constitui, estabelecendo instrumentos, artefatos, normas, códigos, etc. Este desenvolve-se durante toda a vida, enfatizando a avaliação como um dos instrumentos da educação, sendo considerado um processo natural do homem, que estando consciente ou inconscientemente, sempre estará avaliando e se avaliando. As ações, atitudes, gestos e pensamentos, estes mediados por processos internos de avaliação.
A avaliação da aprendizagem deve ser sistematizada partindo-se de uma postura dialética, tratando a avaliação com um caráter diagnóstico. Para isso, são analisadas construções dos educando produzidas durante todo o processo de construção do conhecimento.

• Quem avaliar?
• Quando avaliar?
• Como avaliar?
• Para que avaliar?

Quem avaliar? Claro que ainda o foco é somente o aluno, mas agora com outro olhar, concebendo-o como um ser social, ou seja, inconcluso e estando na condição de potencial.
Quando avaliar? Os procedimentos avaliativos devem ser contínuos, globais e cumulativos, pois a avaliação é diária.
Como avaliar? Devem-se ter objetivos estabelecidos e claros. Também, deve existir o fator principal, o comprometimento com a prática avaliativa nos momentos planejados pelo professor (provas, testes, atividade individuais ou de grupos) mais as situações informais, ocorridas no cotidiano da sala de aula e que também se utilizam para essa finalidade de constituir-se em avaliação formativa.
Para que avaliar? Ao praticá-la, pode-se diagnosticar e adequar as metodologias a serem socializadas e definir os procedimentos significativos.

• O professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do aluno, promovendo o movimento, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no responder e construindo novos saberes juntos com os alunos (HOFFMANN, 1994).Os professores têm importante função no processo avaliativo, pois são eles que o organizam de acordo com a sua interpretação sobre as respostas e o desempenho dos alunos que, devido à grande diversidade cultural, tornam ainda mais complexo o processo avaliativo. Se a avaliação for apenas pontual, com aplicação de um instrumento, os resultados obtidos pelos alunos não indicam seus conhecimentos ou a forma como os construíram, apenas explicará o fracasso ou sucesso escolar, norteando uma inclusão ou exclusão.
A escolha dos instrumentos de avaliação não pode ser aleatória, devendo estar atrelada ao planejamento de ensino e aos objetivos que se pretende alcançar. É preciso que o professor tenha clareza sobre: como, quando, para quem e para que avaliar, se o interesse é verificar não somente o produto das aprendizagens, mas também o decorrer de todo o processo, a articulação de vários instrumentos se fazem necessários como, por exemplo: o caderno de campo, a auto-avaliação, o mapa conceitual, o portfólio ou pasta avaliativa, a observação, a entrevista, as provas, as discussões coletivas, o conselho de classe, dentre outros.
Propor a substituição da nota pelos pareceres descritivos e relatórios de desempenho, é dar um salto qualitativo na compreensão e interpretação do fenômeno da construção do conhecimento, é compreender o aluno como ser único, que não pode ser julgado e avaliado com parâmetros que não sejam relacionados às suas características.
• Avaliar para promover a cidadania do aluno, como um sujeito digno de respeito, ciente de seus direitos e que tenha acesso a todas as oportunidades que a vida social possa lhe oferecer (HOFFMANN, 2001).
Uma grande questão é que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Nós somos o quê sabemos em múltiplas dimensões. Quando avaliamos uma pessoa, nos envolvemos por inteiro - o que sabemos o que sentimos o que conhecemos desta pessoa, a relação que nós temos com ela, e é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Então, para que ele transforme essa sua prática, algumas concepções são extremamente necessárias.
Em primeiro lugar, o sentimento de compromisso em relação àquela pessoa com quem está se relacionando. Avaliar é muito mais o aluno, é reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse, em segundo lugar, o professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim é que o professor pode intervir ajudar e orientar esse aluno.
Avaliação Mediadora.
Como desenvolver na escola uma avaliação mediadora?
• Primeiro passo é uma avaliação a serviço da ação:
Toda investigação sobre a aprendizagem do aluno é feita com a preocupação de agir e de melhorar a sua situação.
• Segundo passo é a avaliação como projeto de futuro:
Olhar para o passado e não se preocupa com futuro. Em uma cultura avaliativa mediadora, por exemplo, 20% do tempo em que os professores estiverem reunidos em conselho de classe eles irão discutir o que vem acontecendo com seus alunos e, no restante do tempo, vão encaminhar propostas pedagógicas para auxiliar os alunos em suas necessidades.
• Terceiro passo é a avaliação como reconhecimento do aluno:
A fundamentação ética a avaliação muito mais que conhecimento de um aluno é o reconhecimento desse aluno. O professor deve ter seu trabalho voltado a todos em geral, cada aluno é importante em suas necessidades, em suas vivencias.

A LDB estabelece que o qualitativo deva prevalecer sobre o quantitativo, e esse qualitativo não pode ser expresso em números, mas sim em relatórios e notas - termo este, que se refere a anotações. O aluno precisa ser acompanhado a partir de muitos registros, que representam a memória de sua aprendizagem.
Dentre as diretrizes legais do ensino fundamental, insere-se o sistema de progressão continuada, e acompanhamento dos alunos através de relatórios descritivos do acompanhamento escolar. Há, entretanto, muita resistência de professores e pais sobre a validade do relatório em avaliação, muitos preferem o sistema classificatório por notas.
Relatório de avaliação, ao contrario do sistema d notas e conceitos, permitem a todos conhecer e refletir sobre caminhos diferentes percorridos pelos estudantes de todas as idades. Ao mesmo tempo, retratam o interior das salas de aulas, revelam concepções e juízos de valor dos professores, favorecendo a melhoria da ação educativa nas escolas e a melhor aprendizagem dos alunos.
O conjunto de anotações que se constitui sobre um estudante, com base em pressupostos mediadores, dinamiza e aperfeiçoa o acompanhamento individual, retirando os alunos do anonimato dos números e elevando-os á condição de pessoas, sujeito de uma história única.
• Na perspectiva mediadora da avaliação, ao contrário, acompanha-se para “entender, observar a evolução, refazer o processo junto ao aluno, propor-lhe novos desafios (mediação)”. Daí porque, nesta outra perspectiva, os relatórios descritivos e/ou dossiês, tornam-se essenciais á prática avaliativa (Hoffmann,1993; 2001; Godoi, 2004).
O que está em jogo, em termos dos registros em avaliação, é a consistência da memória do professor sobre cada aluno, que irá possibilitar-lhe ou não uma ação intencional e diferenciada sobre suas manifestações singulares de aprendizagem. Para isto é preciso fazer muitas anotações, e de posse destas anotações estabelecerem diálogos constantes entre os professores e alunos.
• O que se pretende, justamente é garantir que cada educador, por meio do agir reflexivo, seja autor/reconstrutor das práticas educativas/avaliativas (Schön, 2000).

Portanto avaliar é, sem dúvida, estar vivo. Viver e conviver em sociedade pressupõe atividades avaliativas. Essa realidade também abrange a educação e seus processos formativos, que necessitam ser a todo tempo avaliados em sua forma, efeito, método e em relação ao desempenho dos alunos. Através desse artigo pode-se ressignificar a prática avaliativa norteada pelos estudos de Jussara Hoffmann e compreender o processo de avaliação, debruçando-se sobre os objetivos, o porquê, e como acontece, visando sempre a uma educação formativa e nunca um meio de exclusão. A avaliação deve ter seu sentido ampliado, isto é, o de ser uma alavanca do progresso do aluno, um sistema de informação sobre o andamento do processo ensino-aprendizagem, sobre dificuldades, falhas, necessidades de revisão, reforço etc. A avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na construção do conhecimento.









Referências.
Hoffmann, Jussara Maria Lerch
Avaliar: respeitar primeiro, Educar depois - Porto Alegre: Mediação, 2008.
Geraldo, Antonio Carlos Hidalgo
Didática de Ciências Naturais na perspectiva histórica - critica – Campinas, SP: Autores Associados, 2009. – ( Coleção formação de professores).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Formação Continuada de Professores

  • A Formação do professor não se encera no momento de sua formatura. Ela é um processo contínuo que ocorre no exercício profissional e através de sua participação em congressos, cursos de capacitação, pesquisas e no convívio com outros profissionais dentro e fora do ambiente da escola.
    A formação continuada do educador matemático deve contemplar três aspectos, fundamental para o pleno desenvolvimento profissional, que são:
     A reflexão critica sobre sua prática pedagógica;
     A atualização docente em relação a conteúdos e metodologias;
     A organização da pratica através do coletivo.
    É formação continuada que encontramos espaços para as manifestações de atividades docentes, seja na elaboração de novos saberes, seja em promover espaços de reflexões e critica do professor sobre si mesmo, suas práticas e seu papel na sociedade. O educador matemático deve conceber a matemática como um meio, e educar através da matemática, formar um cidadão, questionar qual a matemática e qual ensino serão adequados e relevantes para essa formação. Cabe ao educador matemático vivenciar parte da realidade como docente, relacionar a teoria estudada com a prática docente e articular o momento do saber com o momento do fazer, ou seja, aprender a ser professor.
    Ponte (1998) nos traz a idéia de desenvolvimento profissional, ou seja, a noção de que a formação do professor para o exercício da sua atividade profissional é um processo que envolve múltiplas etapas e que, em última análise, esta sempre incompleta. Ele destaca outro importante aspecto, qual seja o de que a formação esta muito associada à idéia de freqüentar cursos, enquanto o desenvolvimento profissional ocorre por meio de múltiplas formas, que incluem cursos, mas também atividades como projetos, troca de experiências, leituras, reflexões, entre outras atividades.
    Na formação o movimento é essencialmente de fora para dentro, cabendo ao professor assimilar os conhecimentos e a informação que lhe são transmitidos, enquanto que no desenvolvimento profissional temos um movimento de dentro para fora, cabendo ao professor as decisões fundamentais relativamente às questões que quer considerar, aos projetos que quer empreender e ao modo como os quer executar (Ponte, 1998).
    Assim, formação e desenvolvimento profissional, são vistos de pontos de vista distintos. Embora a formação seja considerada, que nela o professor é tratado como um objeto de estudos e reforma, ou seja, passível de ser formado, relacionado a um movimento, já na perspectiva do desenvolvimento profissional, esse mesmo professor torna-se um sujeito ativo e responsável pelo seu crescimento e formação.
    A valorização das experiências práticas, na formação de professores tem sido a abordagem mais aceita, para se aprender o oficio do ensino, e no âmbito da formação do professor, esta orientação esta fundamentada na organização e desenvolvimento das práticas de ensino.
    É sabido que a prática pedagógica do professor constituída em dar aula, transmitir informações, passar e corrigir exercícios e provas para alunos, já não atende às necessidades da sociedade atual. No entanto, muitas são as pesquisas que afirmam que essa forma de conceber o ensino, por meio da qual a maioria de nós foi escolarizada, encontra-se arraigada na prática escolar. Todavia, processos de mudanças não são simples, implicam em repensar o ensino e a aprendizagem considerando as características da sociedade tecnológica em que vivemos marcadas pela rapidez na produção, circulação e abrangência de informações e da comunicação que se viabilizam em diferentes meios de linguagens.
    Diante deste contexto, na abordagem tradicional, a formação de professores consiste no processo de aprendizagem do oficio do ensino, evidenciando a separação clara da teoria e da prática do ensino o que favorece um tipo de aprendizagem passiva por parte do estudante, defendendo a crença de que o seu saber-fazer é suficiente para seu saber ensinar. Já a abordagem reflexiva sobre a prática, nos remete a um processo mental que acontece quando se olha para determinadas ações do passado, em busca de suporte a fim de solucionar as incertezas. O pensamento analítico só tem lugar quando há um problema real para resolver, ou seja, a capacidade para refletir emerge quando reconhecemos esse problema e aceitamos a incerteza, estando aberto a novas hipóteses e assim descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando soluções.
    Considerando que o processo de formação é continuo, diante disto a formação continuada deve levar em consideração a necessidade de possibilitar a articulação entre a atuação do professor na sala de aula e o espaço para reflexão em grupo, e que a discussão possa levar os docentes ao aperfeiçoamento constante das práticas educativas, redundando sempre na produção do saber e competências requeridas. Sendo assim, um dos caminhos para se valorizar a formação continuada é concebê-la como meio de relacionar esses fundamentos e conhecimentos aos impasses vividos também em sala de aula.

Bersani. Sérgio Andrilho.

Professor Formador Cefapro Tangará da Serra - MT.



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Não espere um sorriso

Não espere um sorriso para ser gentil.
Não espere ser amado para amar.
Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de quem está do seu lado.
Não espere ficar de luto para reconhecer quem hoje é importante para você.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere a enfermidade para reconhecer quão frágil é a vida.
Não espere ter dinheiro aos montes para então contribuir.
Não espere por pessoas perfeitas para então se apaixonar.
Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere a dor para acreditar em oração.
Não espere o dia de sua morte sem antes amar a vida!
Seja sempre você, autêntico e único!